sábado, 13 de abril de 2013

Finalmente um lugar para chamar de lar



                            Pois é, lembram de toda a confusão ocorrida em solo americano? Acredita que até de Trenó a vela tivemos de andar por conta do atraso que os índios nos causaram? Foi uma experiência que irei levar por toda a vida.

                                              

                               Pois bem, a bordo deste diferente veículo chegamos  a estação de Omaha onde pegaríamos o trem que iria direto a Nova Jersey e, as margens do rio Hudson pegaríamos o navio para Liverpool. No dia onze de dezembro, quase meia noite, apenas 45 minutos antes partira o nosso navio, acabando com, pelo menos a mim, todas as esperanças de Fogg chegar a tempo de ganhar a aposta.
                              No dia seguinte começamos  a andar pelo cais à procura mas não havia nenhuma embarcação que se dispusesse a nos levar para a Inglaterra. Quando eu considerava termos de ficar até que outro navio viesse (o que demoraria pelo menos uns quinze dias), avistamos o Henriqueta cujo capitão (um muquirana isso sim) após muitas e muitas negociações e dinheiro nos levou a Dublin e de lá pegamos outro navio para Liverpool. Só eram apenas seis horas até Londres. Mas Fix revelou-se um detetive e mostrou uma ordem de prisão para Fogg e este foi preso. Minha cabeça começou a girar e tudo ficou vago. Afinal que história de roubo era aquela? Passepartout e eu decidimos ficar na alfândega à espera de Fogg. Não suportei e acabei por chorar, as lágrimas vindo sozinhas e sem parar aos meus olhos. Não era justo com Fogg. Todavia, horas depois retornou à nós o safado do Fix dizendo que houvera um engano e que o verdadeiro ladrão havia sido preso há três dias atrás. Corremos junto a ele para a cela de Fogg e este, ao receber a notícia terminou por dar um soco em Fix, aprovado por mim e Passepartout, pelo que eu havia percebido. Seguimos para a estação e lá pegamos o primeiro vapor com rumo a Londres, mas em vão, havíamos chegado uma hora mais tarde do que se havia combinado na aposta. Fogg perdera 20 mil libras. 0.0
                             No dia subsequente, domingo, já em sua casa na vila Seville, Fogg não havia pronunciado uma palavra desde a noite anterior e Passepartout e eu estávamos  preocupados com o que ele poderia fazer com sua derrota. No almoço ele não fez companhia a mim e no jantar o mesmo tratamento. Será que me culpava de algo? E seu fiel empregado? Este veio falar a mim após o jantar que Fogg desejava me ver. No momento não soube o que sentir: alegria ou receio? Só soube que ele queria me ver, e não podia recusar a este pedido. Eu aguardei então, em meus aposentos sentada a vinda dele e este apareceu na porta ás sete e meia da noite sentando-se junto a fogueira de frente para meu rosto. Era o mesmo homem impassível de sempre. O homem que eu amava. Ele então, após cinco minutos, começou a falar e desculpar-se por ter me trazido para a Inglaterra quando na verdade eu lhe deveria agradecer por tal feito. Ele então dizia querer continuar com o trato e me mandar para meu tio na Holanda. Contudo, não era mais o que eu queria. Eu queria abraçá-lo e confortá-lo. Tê-lo em meus braços e nunca mais me sentir sozinha ou desamparada. Foi então que tomei coragem, algo que nunca me faltara e disse:
                       -Sr. Fogg, quer o senhor ter ao mesmo tempo parente e amiga? Aceita-me por esposa?
                        Na hora ele apenas fechou os olhos e eu não soube o que fazer. Comecei a corar e sentir vergonha, mas não, não devia me sentir daquele modo, pois o que eu estava sentindo por ele era verdadeiro e ele ao abrir os olhos novamente me olhou e disse que me amava. O meu alívio foi enorme e minha alegria não tem tamanho. Ele levantou e me puxou para perto de si, me dando o beijo mais caloroso de toda a minha vida (antes só havia beijado aquele nojento rajá) e rapidamente chamou Passepartout para marcar a missa do casório. Porém, alguns minutos depois ( nem tive muito tempo sozinha com meu agora correspondido amor) Passepartout voltou a casa, correndo como um louco sem fôlego algum para falar. Mas mesmo assim não desistia de tentar e começou a balbuciar que na verdade hoje era o dia anterior, o dia da aposta (sábado) e que ainda sendo oito e trinta e cinco, seu amo, meu Fogg, não havia perdido a aposta ainda. O criado então arrastou-o porta afora e horas depois ele retornou com apenas mil libras mas, não era problema, pois agora ele tinha amigos e uma mulher (linda com certeza) que o amavam demais.
                      
                                  

                           Até nessa idade ainda éramos melhores amigos :3

Obs:Livro "A Volta ao Mundo em 80 Dias", de Julio Verne. Esta e a postagem anterior
encontram-se do capítulo 29 ao 37.



Trabalho realizado pela equipe: Stéphany Contijo; Jordana Bennemann; Erika Alves; Daniela Pimenta; Bianca Ugolini
Oficina: De mochila pela América (sala: 15 Vespertino)

Nenhum comentário:

Postar um comentário